A normalidade
discutida pela sociedade tem seus pontos de contradição. Tecnicamente o que é
“ser normal”? Onde fica a tênue linha
que distingue aquele tido como normal daquele que não o é? E como definir
alguém que não é normal? Anormal? Qual outro termo a ser usado?
Biologicamente
falando há grandes semelhanças entre todos os humanos, de qualquer gênero, de
qualquer idade ou etnia. Basicamente precisamos das mesmas coisas para sobreviver:
um teto seguro, uma alimentação adequada, um coração, dois pulmões, um pouco de
atenção, carinho, cuidados. Então porque rotular uma pessoa?
Ao lidar
com um publico que requer, por vezes, uma atenção especial é que se percebe a
intensidade com o qual pessoas perguntam aos pais ou acompanhantes: “Mas ele
era normal não era?” Culpa de quem perguntou? Não. Culpa de uma sociedade
deficiente que necessita muito evoluir em suas concepções e “pré-conceitos”.
Apesar do
século XXI ser a era da transformação sociocultural, da globalização á passos
enérgicos, ainda assim o preconceito persiste. Mesmo estando a um clique da
diversidade planetária humana muitos preservam a imagem local do “ser”; com
isto, tudo o que for diferente torna-se anormal; é a xenofobia se apresentando
em uma nova modalidade, sendo que o “xeno” aqui se refere ao que lhe é
estranho.
É
imprescindível que as pessoas entendam que rotular outra pessoa de negro,
deficiente, gay, pobre ou anormal é sim “pré-conceito”, aliás, “pós-conceito”
equivocado e impensado, uma vez que, o conceito prévio existente é que este é
um ser humano, antes de qualquer outro arquétipo que possa distingui-lo.
Resta dizer
que só será aceito que continuem rotulando alguém em normal ou não no dia em
que sejam definidos quais os parâmetros necessários para tal ato. Todavia, para
que se chame alguém de “não normal” é mister que se esclareça antes o ser
“normal”; e quem conseguiria tal proeza?
Se você quiser continuar segregando a humanidade tenha antes algo concreto que justifique
seu ato, pautado sempre na opinião geral da sociedade para que não permaneça no
equivoco ainda existente.
“A
arte de ser louco é jamais cometer a loucura de ser um sujeito normal” (Raul
Seixas).
Dr. Alessandro William S. Santos
Fisioterapia, Acupuntura e Pilates
Postador originalmente no Blog O Gazzeta
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